segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

# VEDAS, VEDANTA E YOGA: O QUE DIZ A TRADIÇÃO?

Na época em que vivemos, muitas são as situações que preenchem os nossos dias. Cada vez mais, as pessoas têm sentido o peso do estresse e da correria desenfreada... Com o passar do tempo, a ansiedade, a depressão, a insônia, o medo e muitas doenças da mente tem crescido... Em meio a tanta agitação e a uma crescente insatisfação das pessoas, a busca por yoga, meditação, relaxamento e outras práticas vem crescendo ao longo dos anos. Isso tem levado as pessoas a buscarem algo que traga um pouco de paz, não só para suas vidas, mas principalmente para suas mentes.
A origem das práticas de meditação, yoga, budismo e de tantas outras está na Tradição Védica. Hoje, tudo o que conhecemos sobre a Índia, com todos os seus temperos, Deuses, yoga, práticas exóticas, grandes épicos (Mahabharata e Ramayana), matemática, astrologia, mantras e, tantos outros elementos que foram trazidos ao ocidente; tem uma base comum... Foram construídos por uma sociedade baseada nos Vedas.
A palavra Veda é derivada da raiz sânscrita vid, que significa conhecer. Os Vedas são chamados de vidyā-sthānas, as moradas do Conhecimento, pois eles conduzem o indivíduo a conhecer a verdade sobre si mesmo, sobre o universo e a causa fundamental de tudo. Os Vedas são um corpo de conhecimento que auxilia as pessoas a compreenderem as diferentes escolhas disponíveis a elas como seres humanos. Assim, revela diferentes anseios e finalidades para a vida humana e, os meios para alcançá-los. Dessa forma, fala para toda a humanidade e, não fica restrito a um povo ou a uma determinada época.
Os Vedas são divididos em duas partes. A primeira parte, karma-kāṇḍa, é uma grande sessão e lida com quase todos os desejos humanos e as ações necessárias para a satisfação desses desejos.
A parte final dos Vedas, Vedānta ou jñāna-kāṇḍa, também chamada de upaniṣad, é uma porção menor porque o assunto é um único objetivo, o desejo de ser livre de qualquer tipo de limitação ou sofrimento. Essa parte deixa claro que o preenchimento desse desejo não é através de nenhum tipo de ação. Quando se busca o ser livre de todas as limitações, as upaniṣads apontam para o conhecimento da natureza de si mesmo, para o auto-conhecimento.
Na visão dos Vedas, Mokṣa é se libertar de qualquer senso de inadequação ou de limitação. Este objetivo é diferente de todos os outros porque é considerado um objetivo já realizado. Vedānta revela que o indivíduo já é livre por natureza e não precisa fazer nada para se tornar livre. Somente o reconhecimento deste fato é requerido; e, não uma nova ação. A segunda porção dos Vedas é um meio de conhecimento válido para revelar a natureza da realidade e a verdade de si mesmo.
Os Vedas têm como objetivo último o auto-conhecimento e, tudo o que se faz na vida leva a realização desse objetivo. Assim, o estilo de vida que se assume em busca desse conhecimento é chamado Yoga.
Uma vida de Yoga é direcionada à aquisição de maturidade emocional e espiritual. E, para isso, o aspirante precisará de uma mente mais calma, sutil e introspectiva; que seja capaz de questionar sobre as realidades, de se conhecer fundamentalmente, de reconhecer as próprias emoções e reações. E, para isso várias disciplinas (sādhanās) podem ser utilizadas dentro do que o Yoga oferece. A disciplina principal é o estudo, pois leva ao entendimento da verdade essencial do sujeito, livre de todos os condicionamentos e identificações equivocadas. As disciplinas secundárias lidam com as necessidades individuais em relação à vida, ao corpo e à mente de cada aspirante.
Assim, a paz que buscamos pode ser encontrada no entendimento do cerne dessa tradição que está baseada nos Vedas e, que foi trazida até nós através de Vedānta e Yoga. E, com esse entendimento, veremos que essa paz é a natureza fundamental de tudo o que existe.

Convidamos a todos para a palestra no Cantinho do Ser, no Flamengo. Maiores informações: Vedas, Vedanta e Yoga: O que diz a Tradição?

OM TAT SAT!

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