Na
época em que vivemos, muitas são as situações que preenchem os nossos dias. Cada
vez mais, as pessoas têm sentido o peso do estresse e da correria
desenfreada... Com o passar do tempo, a ansiedade, a depressão, a insônia, o
medo e muitas doenças da mente tem crescido... Em meio a tanta agitação e a uma
crescente insatisfação das pessoas, a busca por yoga, meditação, relaxamento e
outras práticas vem crescendo ao longo dos anos. Isso tem levado as pessoas a
buscarem algo que traga um pouco de paz, não só para suas vidas, mas
principalmente para suas mentes.
A
origem das práticas de meditação, yoga, budismo e de tantas outras está na
Tradição Védica. Hoje, tudo o que conhecemos sobre a Índia, com todos os seus
temperos, Deuses, yoga, práticas exóticas, grandes épicos (Mahabharata e
Ramayana), matemática, astrologia, mantras e, tantos outros elementos que foram
trazidos ao ocidente; tem uma base comum... Foram construídos por uma sociedade
baseada nos Vedas.
A
palavra Veda é derivada da raiz sânscrita vid,
que significa conhecer. Os Vedas são chamados de vidyā-sthānas, as moradas do
Conhecimento, pois eles conduzem o indivíduo a conhecer a verdade sobre si
mesmo, sobre o universo e a causa fundamental de tudo. Os Vedas são um corpo de
conhecimento que auxilia as pessoas a compreenderem as diferentes escolhas
disponíveis a elas como seres humanos. Assim, revela diferentes anseios e
finalidades para a vida humana e, os meios para alcançá-los. Dessa forma, fala
para toda a humanidade e, não fica restrito a um povo ou a uma determinada
época.
Os
Vedas são divididos em duas partes. A primeira parte, karma-kāṇḍa, é uma grande
sessão e lida com quase todos os desejos humanos e as ações necessárias para a
satisfação desses desejos.
A parte
final dos Vedas, Vedānta ou jñāna-kāṇḍa, também chamada de upaniṣad, é uma
porção menor porque o assunto é um único objetivo, o desejo de ser livre de
qualquer tipo de limitação ou sofrimento. Essa parte deixa claro que o
preenchimento desse desejo não é através de nenhum tipo de ação. Quando se
busca o ser livre de todas as limitações, as upaniṣads apontam para o
conhecimento da natureza de si mesmo, para o auto-conhecimento.
Na
visão dos Vedas, Mokṣa é se libertar de qualquer senso de inadequação ou de
limitação. Este objetivo é diferente de todos os outros porque é considerado um
objetivo já realizado. Vedānta revela que o indivíduo já é livre por natureza e
não precisa fazer nada para se tornar livre. Somente o reconhecimento deste
fato é requerido; e, não uma nova ação. A segunda porção dos Vedas é um meio de
conhecimento válido para revelar a natureza da realidade e a verdade de si
mesmo.
Os
Vedas têm como objetivo último o auto-conhecimento e, tudo o que se faz na vida
leva a realização desse objetivo. Assim, o estilo de vida que se assume em
busca desse conhecimento é chamado Yoga.
Uma
vida de Yoga é direcionada à aquisição de maturidade emocional e espiritual. E,
para isso, o aspirante precisará de uma mente mais calma, sutil e
introspectiva; que seja capaz de questionar sobre as realidades, de se conhecer
fundamentalmente, de reconhecer as próprias emoções e reações. E, para isso
várias disciplinas (sādhanās) podem ser utilizadas dentro do que o Yoga
oferece. A disciplina principal é o estudo, pois leva ao entendimento da
verdade essencial do sujeito, livre de todos os condicionamentos e
identificações equivocadas. As disciplinas secundárias lidam com as
necessidades individuais em relação à vida, ao corpo e à mente de cada
aspirante.
Assim,
a paz que buscamos pode ser encontrada no entendimento do cerne dessa tradição
que está baseada nos Vedas e, que foi trazida até nós através de Vedānta e Yoga.
E, com esse entendimento, veremos que essa paz é a natureza fundamental de tudo
o que existe.
Convidamos a todos para a palestra no Cantinho do Ser, no Flamengo. Maiores informações: Vedas, Vedanta e Yoga: O que diz a Tradição?
OM TAT SAT!
Nenhum comentário:
Postar um comentário