sexta-feira, 22 de maio de 2015

Versos de Invocação à Paz - शान्तिपाठः

Namaste!

Você conhece esse śloka (verso)? 

लोकाः समस्ताः सुखिनो भवन्तु॥
lokāḥ samastāḥ sukhino bhavantu ||


Esses fazem parte de um grupo de versos que são conhecidos como शान्तिपाठः - śāntipāṭhaḥ (Versos ou Orações de invocação à Paz). 

Existem versos que iniciam atividades, como ao acordar ou começar um trabalho; que são usados em situações específicas, como em sala de aula; e outros, como esse, que são usados para o fechamento do dia ou das atividades.

No retiro, junto com as aulas de sânscrito, iremos aprender a cantar quatro desses versos. 

E juntos estaremos invocando a Paz para os nossos corações, para aqueles que são próximos de nós e para o mundo inteiro!

Namaste! 

OM śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ ||



segunda-feira, 11 de maio de 2015

Quem sou Eu fundamentalmente?

O Eu Fundamental, segundo a Tradição Védica, é livre de limitação, sempre pleno, e é a base de tudo o que existe e pode ser conhecido... E o caminho para encontrá-lo é através de um conhecimento, de um reconhecimento, do auto-conhecimento...

“O que é Ātmā, o Ser? Ātmā, o Ser, é aquele que é distinto dos corpos denso, sutil e causal; aquele que transcende as cinco bainhas; que é testemunha dos três estados de experiência; e, cuja natureza é existência, consciência e felicidade.” 
Tattvabodhah, O Conhecimento da Verdade, de Śrī Śaṅkarācarya 
(tradução de Gloria Arieira, Vidya Mandir Editorial).

Namaste!

OM!




sexta-feira, 1 de maio de 2015

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE SÂNSCRITO



Há várias razões para uma pessoa se dedicar ao estudo de uma outra língua. A pessoa pode estar interessada na cultura, em alguma viagem ou, simplesmente, em uma posição melhor no trabalho. Atualmente, existem muitas línguas faladas e, outras, quase esquecidas.

Na história da Humanidade, das primeiras línguas a serem faladas, talvez, o sânscrito seja uma das únicas que sobreviveram ao tempo. A sonoridade, a escrita, a gramática e a natureza sistemática da linguagem sânscrita são sutis e refinadas, charmosas por si só; algo de grande beleza e complexidade.
Toda a tradição de conhecimento da Índia, como outras ao longo da história, se desenvolveu a partir de uma linguagem que fosse útil para estabelecer algum tipo de comunicação. Esta comunicação tinha um único objetivo: transferir algum tipo de conhecimento adquirido, de geração a geração, constituindo o que foi chamado de Tradição Oral. Nesta tradição oral, foram sendo incorporados alguns símbolos, com os quais as representações se faziam compreensíveis para todos. O Sânscrito é foneticamente preciso, isto é, cada som é representado através de um símbolo único, o que determina um estudo minucioso e uma larga representação dos sons que são possíveis de serem emitidos pelo aparelho fonador humano.

Alguns cientistas, baseados nas informações linguísticas contidas no Ṛg-veda (mais antiga evidência que se possui do sânscrito), datam o texto por volta de 1500a.C., mas a Tradição Oral chega a falar em 5000a.C. 

A partir da linguagem usada no Ṛg-veda houve um desenvolvimento até o sânscrito clássico, conhecido e usado hoje, sem sofrer qualquer modificação. Foi com um gramático chamado Pāṇini (séculos V e IV a.C.) que o sânscrito alcançou sua forma clássica e, a partir de então, a língua só se desenvolveu em seu vocabulário.

O conhecimento do sânscrito é a chave para a antiga literatura religiosa e secular da Índia e, também, para os sistemas indianos de medicina, matemática, arquitetura, escultura, ou seja, de tudo o que está relacionado com os tradicionais ramos de conhecimento indianos. É a linguagem utilizada nos  textos Bhagavadgītā, Mahābhārata e Rāmāyana, além de todas as Upaniṣads e textos de Vedānta.

O capítulo dois da Taittiriya Upaniṣad é inteiramente dedicado à ciência da pronúncia, enumerando vários elementos necessários de serem dominados pelo estudante. Pois, é através de uma boa pronúncia que é possível comunicar ou apreender algo, principalmente se a tradição de ensinamento é oral. Compreender o significado é o mais importante. Então, para isso, o conhecimento deve ser passado através de uma linguagem usada de forma correta, para se obter o significado preciso. A mera recitação pode focar a mente somente nas letras do texto, porém, através da reflexão e da contemplação, o aluno irá compreender o significado simbólico expresso através das palavras. Esta compreensão faz a mente ficar mais concentrada, menos agitada e unidirecionada. Para aqueles que estão no caminho de Yoga e Vedānta, o estudo dessa linguagem clássica é um meio de afiar o intelecto e prepará-lo para um mergulho nas escrituras e em seus comentários.

Para aqueles que estão seguindo as práticas religiosas originadas nos Vedas, os vários tipos de cânticos (mantram, bhajanam, kirtanam) e a recitação de versos (s´loka, stotram) fazem parte das várias disciplinas a serem seguidas pelo devoto. A disciplina necessária para a correta execução dos cânticos leva a grandes resultados no processo de aquisição de uma mente mais clara, calma e objetiva, ou seja, no processo de purificação da mente, etapa essencial de qualquer prática espiritual.

OM TAT SAT|

Vedānta...

"Only one sentence is Vedānta: you are the whole. " 
Pujya Swami Dayananda Saraswati